VENCEU, MAS NÃO MERECEU

A Seleção Brasileira começou 2012 do mesmo jeito que terminou 2011. Venceu, mas não convenceu. Um time sem entrosamento, sem brilhantismo e sem jogadas individuais. A vitória sobre a Bósnia-Herzegovina, injusta por sinal, só veio com um gol contra do zagueiro Papac, no último minuto na partida realizada em Saint Gallen, na Suiça.

O técnico Mano Menezes não arrisca e escalou um time com três volantes (Sandro, Fernandinho e Hernanes) e com Ronaldinho Gaúcho na armação. Paulo Henrique Ganso, inexplicavelmente, estava na reserva. O ataque foi formado por Leandro Damião e Neymar.

Mesmo com um time burocrático, o Brasil começou bem e logo abriu o placar. Marcelo, melhor jogador do time, recebeu de Daniel Alves e bateu cruzado para vencer o goleiro Begovic. A impressão era de goleada, afinal de contas, há pouco tempo, Portugal meteu seis na Bósnia em jogo válido pela repescagem das Eliminatórias da Eurocopa.

Mas ficou mesmo na ilusão. Apesar de ter tido posse de bola de 71%, a Seleção Brasileira não era objetiva e os europeus até poderiam ter saído com a vitória. Não seria nenhum absurdo.

No adversário, os principais jogadores eram o meia Misimovic e o centroavante Dzeko. O empate foi graças a falha brasileira. David Luiz saiu jogando errado, Dzeko passou para Ibisevic que chutou forte para deixar tudo igual. A bola era altamente defensável, mas Julio Cesar resolveu tentar pegar com os pés. A posição de goleiro é outra que precisa ser repensada para o futuro.

Os bósnios se animaram e tiveram outras oportunidades. Pelo lado brasileiro, Leandro Damião desperdiçou duas chances. Em uma delas, chegou atrasado após cruzamento de David Luiz e Hernanes também não aproveitou. Ronaldinho pouco era notado e manteve o nível das últimas atuações com a camisa do Flamengo, ou seja, não jogou nada.

Aos 44 minutos, Julio Cesar fez bela defesa em chute de Pjanic de fora da área. Já pensou ir para o intervalo com uma derrota para a Bósnia? O pior é que não seria acidente para a bola que a equipe jogou.

No segundo tempo, Mano Menezes mexeu no time. Quando todos esperavam pela entrada de Paulo Henrique Ganso, o escolhido foi mais um volante: Elias. Ganso entrou aos 18 minutos no lugar do apagado R10 e a Seleção seguia com três na contenção. Antes disso, Misimovic quase desempata a partida, assustando Julio Cesar.

Precisando atacar, Hulk foi para o jogo na vaga de Hernanes, que mais uma vez decepcionou com a Amarelinha. Este só joga na Lazio. Neymar partiu para cima dos zagueiros, mas o chute saiu bem fraquinho, fácil para o goleiro adversário.

Nos últimos minutos, Lucas que entrara pouco antes no lugar de Leandro Damião (muito mal na partida) furou a bola na entrada da pequena área. Na resposta, Dzeko faz o que quis com David Luiz, mas chutou por cima da meta.

Por pura sorte, aos 45 minutos, saiu o gol da vitória brasileira. Marcelo achou Hulk aberto na ponta esquerda e o atacante chutou para o meio da área e encontrou as pernas do zagueiro Papac que mandou contra o próprio patrimônio.

Os jogadores comemoraram a vitória, mas o sinal de alerta deve ser ligado. Estamos a pouco mais de um ano da Copa das Confederações e a dois do Mundial e o time de Mano Menezes segue sem nenhum padrão tático. Me arrisco a dizer que está muito pior que o time comandado por Dunga recentemente.

O futebol apresentado não está com cara de Brasil. Um time burocrático e sem nenhuma jogada. A vitória veio, mas o sol não pode ser tapado com a peneira. A Seleção Brasileira ganhou, mas está muito mal armada. Mudanças já!