Lionel Scaloni surpreendeu escalando Di Maria como titular e abrindo mão de Paredes ou de um terceiro zagueiro. A Argentina dominou inteiramente no primeiro tempo.
O primeiro gol saiu aos 22. Pênalti de Dembélé sobre Di Maria. Polêmico? Talvez. Messi deslocou Lloris e chegou ao sexto dele gol no Mundial. A Argentina continuou sobrando e com os lados do campo com muita liberdade. Em contra-ataque perfeito, Messi abriu na direita, Julián Álvarez tocou para Mac Allister que descobriu Di Maria, livre, para fazer o segundo. Emoção do camisa 11 na comemoração.
No segundo tempo, as coisas mudaram rapidamente. Scaloni sacou Di Maria, que não aguentava mais jogar. "Fideo" saiu aos 19 minutos e a França cresceu com as entradas de Camavinga e Coman.
A França descontou aos 34 da segunda etapa. Kolo Muani ganhou de Otamendi na velocidade e foi derrubado na área. Pênalti marcado e convertido por Mbappé. Menos de dois minutos depois, veio o empate. Messi perdeu a bola para Coman. Rabiot abriu na esquerda e Mbappé acertou lindo chute. "Dibu" Martínez chegou a tocar na bola.
O time da Argentina estava muito cansado, mas conseguiu segurar e levar o jogo para a prorrogação. No tempo extra, Messi marcou aos três minutos do segundo tempo após rebote de Lloris em chute de Lautaro Martínez, mas ainda tinha jogo. O jogo parecia eterno. Montiel, que tinha entrado pouco antes, colocou a mão na bola em chute de Mbappé. Outro pênalti e outro gol do camisa 10 francês que se iguala ao inglês Geoff Hurst (1966) ao fazer três gols em uma final de Copa. Faltavam três minutos para o fim do jogo e a França teve a chance de matar a partida, mas Martínez fez uma defesaça ao pegar com os pés o chute de Kolo Muani nos acréscimos da prorrogação. A Argentina foi ao ataque e Lautaro errou a cabeçada e mandou para fora.
Nos pênaltis, Martínez pegou a cobrança de Coman e Tchouaméni bateu para fora. A Argentina não errou. Messi, Dybala, Paredes e Montiel marcaram. Fim da espera de 36 anos. Chegou o tão sonhado dia de Messi levantar a taça de campeão da Copa. Se igualou a Diego Maradona e, na minha opinião, acaba qualquer discussão de quem é o maior jogador argentino de todos os tempos. Mas Diego viu tudo lá do céu (como diz a música da torcida argentina).
A Argentina é a campeã e com méritos. Messi foi o melhor da Copa. Emiliano Martínez o melhor goleiro. Enzo Fernández a revelação e melhor jogador jovem. Mbappé foi o artilheiro com oito gols e deve superar a marca de Miroslav Klose (quem sabe já na próxima Copa). Parabéns a Argentina pelo título e a "hinchada" pelo show que deu no Catar. A festa em Buenos Aires não tem hora e nem dia para acabar.
